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sábado, 27 de maio de 2006

Banana

A produção de banana em Santa Catarina que gira em torno de 680.000 toneladas é uma das principais atividades agrícolas do estado. Cultivada em uma área de aproximada 30.000 hectares, cerca de 28.000 bananicultores instalados em cinco mil propriedades rurais exploram a cultura gerando uma receita estimada em 110 milhões de reais. A grande maioria desta produção é proveniente de estabelecimentos cuja área cultivada é inferior a 10 hectares. Isso caracteriza a grande importância econômica e social que o comércio da fruta representa para a pequena agricultura familiar do nosso estado.
No entanto, há exatamente dois anos a realidade dos bananicultores do estado é de extrema dificuldade, causada pelo enfraquecimento das vendas ocasionadas em parte pelas medidas sanitária impostas ao setor produtivo em consequencia da instalação de praga sigatoka negra.
Com a entrada em 2004 da praga Sigatoka negra em nossos bananais, acrescentou-se neste cenário desalentador mais uma pitada de preocupação em função do potencial destrutivo do patôgeno que se observou em outras regiões produtoras do país.
Conhecendo os riscos que a doença representa para o segmento produtivo, a Cidasc, como o órgão responsável pela defesa sanitária vegetal do estado, em parceria com as entidades representativas do segmento produtivo, tem buscando por intermédio de monitoramento, vigilância, inspeção, fiscalização e controle no processo de produção e comercialização da fruta, a implantação de um conjunto de medidas fitossanitárias que tem como objetivo conter a disseminação da praga nos pomares, reduzindo as fontes de inóculos do fungo.
A implementação dessas ações fitossanitárias em conformidade com a Instrução Normativa nº 17 de 31 de maio/05 tem permitido incluir as propriedades rurais dentro do Sistema de Mitigação de Risco da Praga Sigatoka negra, possibilitando com isso o retorno de uma parcela expressiva da produção de banana catarinense aos mercados nacional e internacional dentro de padrões sanitários mundiais.
O sistema de mitigação trata da integração de diferentes medidas de manejo de risco de pragas, das quais pelo menos duas interagem independentemente, mas com efeitos acumulativo, necessários para atingir os níveis apropriados de segurança fitossanitária. Para sua implantação nas propriedades além do comprometimento do produtor com as normas vigentes, o sistema de mitigação busca conhecer os aspectos epidemiológicos da doença, viabilizando a implementando de novas tecnologias de manejo e práticas agrícolas, que possam efetivamente manter do ponto de vista comercial a enfermidade sob controle proporcionando a fruta a segurança sanitária desejada. O reconhecimento do sistema de mitigação pelo órgão de defesa, passa pela validação do cadastro da propriedade e pelo gerenciamento das boas práticas agrícola supervisionadas pelo responsável técnico das unidades de produção e posteriormente auditada pela Cidasc.
Destacam-se neste conjunto de ações, a Implantação de sistema de previsão para Sigatoka Negra, que permite através do monitoramento dos bananais, aliado as informações meteorológicas, indicar aos produtores o momento correto de proceder os controles fitossanitários de praga através da aplicação de defensivos agrícolas. Estas ações permitem aprimorar as práticas de manejo adotados na produção, estabelecendo com isso a utilização racional e sustentável dos agroquímicos para o controle e a redução das fontes de inóculos. Inclui-se no processo de mitigação, o controle e a erradicação de bananais abandonados, a exigência de utilização de caixarias novas ou embalagens plásticas higienizadas para acondicionamento da fruta e a adoção de práticas que possibilitem criar condições desfavoráveis para o desenvolvimento da praga nos bananais. Associa-se as práticas de produção e colheita, insere-se neste cenário, as boas práticas de manejo no processo de pós-colheita da fruta que garantirá a sanidade e a qualidade exigida pelo mercado. O Estado de Santa Catarina ao adotar o Sistema de Mitigação de Risco para a Praga Sigatoka Negra, como o passaporte para o mercado, buscou o envolvimento e o comprometimento do segmento produtivo frente a esses novos paradigmas para comercialização da fruta. Apesar da adesão ao sistema ficar a critério do bananicultor, temos observado em todas as comunidades produtoras uma mobilização geral na busca da adequação às exigências da legislação, sob pena do comércio ficar restrito somente ao território catarinense.
Osmar Volpato

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