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terça-feira, 29 de julho de 2014

Detecção da praga cochonilha rosada em Santa Catarina

O serviço de defesa sanitária vegetal detectou pela primeira vez, no território catarinense, a presença da praga cochonilha rosada do hibisco - Maconellicoccus hirsutus. A detecção da praga foi verificada em espécies de hibisco cultivado como planta ornamental na área urbana da cidade de Itajaí. A ocorrência deu-se durante a realização do levantamento de detecção da praga ocorrido durante o mês de julho/2014, onde foram inspecionadas, por fiscais agropecuários, as plantas hospedeiras da praga cultivadas em todo o perímetro urbano da cidade de Itajaí. Materiais com sintomas e amostras de insetos foram coletados e encaminhadas ao baboratório de diagnostico fitossanitário – Agronômica de Porto Alegre – RS que confirmou se tratar de Maconellicoccus hirsutus. Não temos relato, até o presente momento, da ocorrência da praga em espécies vegetais de importância econômica, quer seja em áreas rurais ou urbana. Osmar Volpato

Detecção da praga Drosophila suzukii (Matsumura, 1931) no Brasil atacando frutos de morangueiro no RS

Drosophila suzukii (Matsumura, 1931) (Diptera, Drosophilidae) é uma praga polífaga conhecida como Drosófila da Asa Manchada ou SWD. É uma espécie originária do Japão em expansão mundial na atualidade. A praga tem se alastrado rapidamente por países da Europa e América do Norte e ocasionando danos econômicos expressivos em diversas frutíferas, especialmente em pequenos frutos (GOODHUE et al. 2011). No Brasil, a SWD foi recentemente registrada no Rio Grande do Sul quando exemplares foram coletados num horto florestal do município de Capão do Leão (SOUZA et al., 2013) e em três reservas biológicas do estado de Santa Catarina (RAMIREZ et al., 2013). D. suzukii infesta grande diversidade de frutos, sobretudo aqueles de pele fina. As cerejeiras estão entre os hospedeiros preferenciais de D. suzukii tanto no centro de origem da praga como em áreas invadidas recentemente: América do Norte e Europa. Os danos dependem da variedade e podem chegar a 100% (COATES, 2009). Morangueiros também são hospedeiros preferidos desta espécie. As perdas variam conforme o local e o manejo adotado. Existem relatos de danos entre 60 e 100% quando o controle não é realizado (GRASSI et al., 2011; BURRACK, 2012). As framboeseiras e amoreiras também sofrem danos significativos pelo ataque de D. suzukii. Nos EUA há registros de perdas na ordem de 20% (BOLDA et al., 2010). Mirtileiros são considerados hospedeiros preferenciais de D. suzukii. Existem registros recentes de danos econômicos nesta cultura no Japão, China e EUA, com perdas atingindo 40% da produção BOLDA et al, 2010). Em pessegueiros, apesar de haver poucos registros de perdas em pomares localizados no centro de origem da praga, há relatos de danos econômicos significativos nos EUA, na ordem de 20% (CPAN, 2009). Em videiras a preferência está relacionada à variedade e ao teor de açúcar. No Japão danos econômicos e sérios impactos já foram relatados (CFIA, 2011), no entanto, nas áreas invadidas recentemente não há registros de perdas elevadas até o momento (BERRY, 2012). Fonte: Régis Sívori Silva dos Santos - Eng. Agr., Dr. Pesquisador Embrapa Uva e Vinho, Estação Experimental de Fruticultura de Clima Temperado.

terça-feira, 22 de abril de 2014

Novo fungo ameaça plantações de banana no mundo inteiro

Uma nova subespécie do mal-do-Panamá ataca a variedade do fruto mais cultivada no globo, a cavendish. No Brasil, a doença compromete mais de 90% das bananas que chegam ao mercado. O surgimento de uma nova versão do fungo que dizimou plantações de bananas no mundo inteiro durante a primeira metade do século 20 fez a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) emitir um alerta. Batizada de 4 Tropical (TR4), a nova subespécie do agente patogênico causador do mal-do-Panamá já foi encontrada em plantações na Ásia, Jordânia e Moçambique. A preocupação é que o problema chegue à América Latina e também ao Brasil. Nesta segunda-feira (14/04), a FAO pediu que os países produtores sejam mais ativos no monitoramento e prevenção da doença, considerada uma das mais destrutivas. A TR4 é mais agressiva do que as outras versões existentes do fungo. Ela ataca mais de 50 variedades de bananas, como as cavendish, que incluem os tipos nanica e nanicão. As bananas cavendish, líderes no mercado mundial de exportação, eram até então resistentes à essa praga. Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o fungo ameaça também as variedades prata e maçã. Juntas, essas variedades correspondem a mais de 90% das bananas que chegam aos supermercados no Brasil. "É difícil falar em termos reais, as probabilidades de a TR4 entrar no Brasil, mas eu diria que são altas e pode ser questão de tempo. O fungo pode entrar por diferentes vias, como solo contaminado em sapatos, ferramentas, mudas de bananeira – visivelmente sadias, mas infectadas –, além de plantas ornamentais que podem também ser hospedeiras", conta Miguel Angel Dita Rodriguez, engenheiro agrônomo da Embrapa. O fungo causador do mal-do-Panamá sobrevive no solo por até 30 anos. Ele entra nas bananeiras através das raízes e invade seu sistema vascular, causando a sua morte. A planta contaminada raramente produz frutos. História se repete O cultivo de banana já foi ameaçado pelo mal-do-Panamá no início do século 20. A doença ganhou o nome do local onde foi observada pela primeira vez, por volta de 1890. Depois de uma década, o mal já havia aparecido na Costa Rica, Suriname, Trindade e Tobago, Cuba, Porto Rico, Jamaica, Honduras e Guatemala. Entre as décadas de 1920 e 1950, o fungo se espalhou por todas as regiões que cultivam banana na América, chegando ao Brasil. A principal variedade plantada e exportada na época era a gros michel. Nesse período, a variedade do tipo maçã quase sumiu do mercado brasileiro. Segundo o historiador da Universidade Carnegie Mellon John Soluri, que pesquisa o tema há mais de 20 anos, o mal-do-Panamá devastou principalmente a economia dos países produtores de banana, além de prejudicar os agricultores que dependiam dessa cultura. "O maior impacto foi a criação do que chamo de agricultura itinerante, ou seja, as companhias de frutas mudavam suas plantações de região em região, país em país, em busca de solos livre do fungo. Isso funcionava de cinco a 20 anos, até a doença chegar", afirma Soluri em entrevista à DW Brasil. Por causa dessa prática, os consumidores não teriam sido afetados e o preço não teria sofrido variações drásticas. Na época, a banana foi salva graças à substituição da gros michael pela variedade cavendish, iniciada na década de 1950. É justamente esse tipo que está sendo atacado agora pela nova raça do fungo. O historiador não acredita que faltará banana para o mercado de exportação. Para ele, quem irá sofrer os impactos de uma possível epidemia são os pequenos produtores que abastecem os mercados locais e de subsistência na África e na América Latina. "A ideia de que a banana será extinta é mais um fenômeno cultural de marketing do que puramente biológico ou ecológico", reforça Soluri. Segundo a FAO, a banana é a oitava cultura alimentar mais importante do mundo e a quarta nos países em desenvolvimento. Ela é plantada em mais de 135 países, principalmente por pequenos agricultores e para a economia local. Menos de 15% da produção mundial é exportada. Os maiores produtores são Índia, China, Uganda, Filipinas, Equador e Brasil. Prevenção é a melhor solução Ainda não foi descoberta uma substância química ou método que possa combater e matar qualquer uma das subespécies desse fungo, eliminando-o do solo. Outras raças já estão presentes no Brasil, porém as variedades cavendish cultivadas no país são imunes a elas. Assim, a melhor maneira de evitar a epidemia é a prevenção. "Os produtores precisam se certificar de que o material usado na plantação está livre da doença, além de impedir a entrada de plantas e solo doentes na fazenda. Sistemas de irrigação e drenagem também têm um papel importante na transmissão do fungo e um planejamento nesse sistema deve ser levado em consideração", afirma Fazil Dusunceli, do departamento de produção e proteção vegetal da FAO, em entrevista à DW Brasil. Além das medidas preventivas, o cultivo de variedades resistentes à TR4 é outro método indicado para evitar maiores impactos nas plantações. Segundo Dusunceli, pesquisas feitas nessa área já identificaram variedades resistentes, que possuem o mesmo gosto e atributos da cavendish, mas mais estudos ainda precisam ser realizados. Apesar de um possível grande impacto sobre o mercado caso a doença se espalhe pelo globo, especialista não acreditam que a banana será extinta pelo mal-do-Panamá. "Existe uma grande diversidade de variedades de bananeira e já existem pesquisas que identificaram genótipos resistentes à TR4", reforça Rodriguez fonte: Deutsche Welle