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sábado, 21 de agosto de 2010

Predador da mosca negra dos citros


A mosca-negra-dos-citros, Aleurocanthus woglumi Ashby (Hemiptera: Aleyrodidae), é uma cochonilha classificada, pelo Ministério da Agicultura, como uma praga quarentenária presente ou A2 e encontra-se devidamente regulamentada através da Instrução normativa nº 23/2008.
A mosca-negra é uma das 69 espécies de cochonilhas do gênero Aleurocanthus. Destas 29 são encontradas no oriente (China, Índia e Sudeste Asiático), 23 na África e 17 na Austrália, na região do Pacífico. As únicas espécies largamente disseminadas são A. woglumi Ashby e A. spiniferus (Quaintance), ambas intimamente associadas com citros.
A praga foi detectada pela primeira vez no Brasil em maio/2001, na região metropolitana de Belém, estado do Pará . De acordo com os especialistas, a praga ao alimentar-se, danifica as folhas novas em crescimento e, sobre o exsudado ou “honey-dew” expelido por esse inseto, se desenvolve o fungo da fumagina que, cobrindo folhas e frutos, reduz a respiração e a fotossíntese,
acarretando um prejuízo de até 80% na produção de frutos.
Para agravar a situação, os produtos cítricos não são os únicos hospedeiros da praga. A literatura especializada informa que há registro de infestações em cerca de 300 outras espécies vegetais, o que mostra o potencial de dano ocasionado pela ação da praga.
Desde a sua detecção no país, pesquisadores buscam desenvolver métodos de controle e manejo da praga que sejam eficientes, econômicos e que não tragam prejuízos ou comprometam o meio ambiente.
Os estudos já identificaram uma série de predadores e parasitóides com potenciais para o biocontrole desta praga, entre eles estão o Ceraeochrysa caligata, C. everes, Delphasthus pusillus, Azya luteipes e Oncyptamus gastrostactus. De acordo com os estudos e pesquisas da Engª Agrª Luciana Costa Marques, que em 2007 obteve o título de mestre nesta área, o Delphasthus pusillus e Ceraeochrysa caligata foram o que mais se destacaram-se como potenciais agente de controle biológico da mosca-negra dos citros em razão da grande capacidade de predação e voracidade destes insetos.
No entanto, para que o produtores, que são os maiores interessados neste processo, possam efetivamente usufruir desta importante tecnologia para o controle da praga, são necessário que os órgãos de pesquisas continuem investigação e avançando para que, no menor tempo possível esta ferramenta seja plenamente dominada pelo setor produtivo e com bom resultados econômicos para a fruticultura do país.
Abaixo você pode assistir um vídeo onde a larva do Delphasthus pusillus é flagrada devorando uma ninfa da mosca negra.

Osmar Volpato


Ache outros vídeos como este em Rede de Inovação Tecnológica para Defesa Agropecuária

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Regulamentação da produção de mudas cítricas em ambiente protegido


A matriz citrícola de Santa Catarina esta concentrada quase que na sua totalidade nas mãos de pequenos produtores oriundos da agricultura familiar, onde eles, na sua maioria maioria, não dispõem de estrutura financeira e tão pouco de uma assistência técnica de qualidade capaz de auxiliá-los na incorporação de novas tecnologias, bem como na condução correta do manejo de seus pomares. Por esta razão faz-se necessário um trabalho consistente e efetivo junto ao setor, como forma de proteger o ambiente citricola evitando a entrada e a disseminação de novas pragas, que acometem os pomares, reduzindo assim os impactos sócio-econômicos e ambientais, mantendo e criando novos empregos e, consequentemente, aumentando a renda dos produtores.
Santa Catarina também desponta no cenário nacional como um pólo importante na produção de mudas cítricas. São aproximadamente 40 viveiros que juntos produzem anualmente em torno de um milhão de mudas cítricas das mais diferentes cultivares. No entanto, para que o setor continue operando neste mercado, que é extremamente competitivo e profissional, são necessários investimentos em tecnologias de produção que privilegiem os atributos da qualidade fitossanitária que é o diferencial para garantir a permanência e o crescimento do setor.
Dentro desta ótica o setor, em parceria com os órgãos governamentais, os produtores e os técnicos da iniciativa privada, vem discutindo uma proposta de regulamentação que norteará as diretrizes do sistema de produção de mudas em ambiente protegido popularmente conhecido como “viveiros telados” em cumprimento as exigências fitossanitárias nacionais.
A luz da ciência atual e, considerando que a principal fonte de disseminação e estabelecimento das pragas em cultivos de citros se dá através do plantio de mudas contaminadas, é possível afirmar que as mudas produzidas em ambiente protegido alicerçadas em tecnologias modernas que assegurem qualidade fitossanitária é estratégico para uma citricultura eficiente e capaz de garantir a continuidade, a competitividade e o crescimento do setor. Manter o viveiro telado, com cobertura adequada e produzindo mudas em substratos livres de patógenos de solo são medidas de prevenção necessárias à produção e ao comércio de material de propagação livre de pragas como a CVC - clorose variegada dos citros, nematóides dos citros, gomose dos citros, greening, cancro cítrico, pinta preta e outras enfermidades consideradas restritivas e limitantes à produção.
Partindo do principio que é cada vez maior a restrição para o transporte e o comercio interestadual de mudas cítricas que não sejam oriundas de sistema de produção em ambiente protegido a regulamentação proposta é estratégica para o setor e deve ser apoiado por toda a cadeia de produção e comercialização. Caberá, aos órgãos de fiscalização, a partir daí, fiscalizar, inspecionar, vigiar, identificar e monitorar o cumprimento do regulamento de forma que seja alcançado o grande objetivo que é a preservação da higidez fitossanitária à altura do agronegócio citrícola do estado.


Autor: Eng. Agr. Osmar Volpato