domingo, 19 de outubro de 2008
Nova Ameaça aos Cultivos de Cereais do Brasil
Duas novas pragas da cultura do trigo acabam de ser identificadas no país por Técnicos da Embrapa. Uma trata-se de uma espécie de ácaro e outra de pulgão, originários da Europa e da Ásia respectivamente.
De acordo com os técnicos, o pulgão é um inseto sugador, responsável por causar danos físicos à planta e por transmitir doenças.
Batizado de Sipha maydis o pulgão preto, como está sendo chamado, aparece em todos os estágios de desenvolvimento do trigo. Além do trigo e miho, a praga é hospedeira também de outras plantas de expressão econômica da família das gramíneas. Informações dão conta que não há restrições para o seu desenvolvimento no clima subtropical do Sul do país, tendo sido localizado nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.
Além do dano físico à planta, o pulgão é responsável por transmitir o nanismo amarelo da cevada, reconhecido mundialmente como uma das moléstias que mais causam danos aos cereais.
O segundo “achado” é o ácaro Aceria tosichella (Keifer), até então, listado como praga quarentenária A1 ou ausente no país pela Instrução normativa 52 do MAPA. A praga é vetor de varias viroses, entre elas está o mosaico estriado do trigo conhecido como WSMV, ainda não detectada no Brasil, porém, responsável numero um por barreiras fitosssanitárias ao trigo no mercado internacional.
O WSMV é uma das doenças viróticas mais importantes que se conhece na cultura do trigo em função do dano econômico que provoca na produção. Transmitida pelo acaro que é o vetor primário, a praga pode ser disseminada por sementes contaminada, o que aumenta consideravelmente a preocupação junto ao setor produtivo.
O ácaro, cuja principal forma de disseminação é o vento, foi identificado em quatro municípios da região Norte do Rio Grande do Sul, trazido provavelmente, de forma inadvertida, da Argentina que detectou a praga em 2002.
Especialistas buscam conhecer a biologia e epidemiologia da praga para definir a adoção de medidas de prevenção, contenção e controle desse ácaro e das viroses transmitidas por ele, de modo a minimizar o impacto potencial da sua introdução nos cultivos de cereais dos países.
Como ainda não existem estudos conclusivos sobre a intensidade de dispersão e o ciclo de vida das pragas e como ainda não foram comprovados danos significativos à produção tritícola, os pesquisadores reiteram que não há motivo para alarme.
De acordo com os técnicos, as populações de pulgões-preto e ácaros do trigo são ainda bastante baixas a nível de campo, motivo pelo qual não é indicado, neste momento, a adoção de medidas de controle químico das lavouras.
Osmar Volpato
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