Produção Integrada foi desenvolvida como um sistema de agricultura capaz de satisfazer as exigências de sustentabilidade a longo prazo. É uma estratégia global que envolve uma gestão rentável das culturas, respeitando as condições ambientais, climáticas e econômicas. Protege os recursos naturais a longo prazo. Inclui práticas que evitam excedentes, aumentam eficiência energética e minimizam a poluição. A Produção Integrada não é uma forma rígida de produção agrícola, mas sim um sistema dinâmico que adapta e integra experiências anteriores bem como a mais recente evolução da investigação e tecnologia.
Osmar volpato
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Correntes Filosófica
Fazendo uma revisão conceitual a respeito da política consumista que vivenciamos, chego a conclusão que caminhamos na contramão do desenvolvimento sustentável. Quando admitimos que devam substituir a energia procedente do petróleo pelo etanol, estamos tão somente transferindo o problema para outra área muito mais frágil que esta que fornece o insumo para nos locomover. Exaurir nossas riquezas e degradar nosso agroecossistemas poderá ser desastroso ao nosso meio ambiente já sufocado com tantas agressões cotidianas.
Osmar Volpato
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Saturday, April 08, 2006
Agrotóxicos: muito uso e pouco controle
Hortaliças estão entre os produtos que mais oferecem riscos aos consumidores, pois podem conter resíduos acima do permitido O uso de agrotóxicos e o seu impacto na saúde e no meio ambiente configuram um problema para o Brasil, o terceiro maior consumidor do produto no mundo.
Também conhecidos como defensivos agrícolas, os agrotóxicos são substâncias químicas utilizadas há décadas para combater pragas e doenças nocivas à produção agropecuária.
Nos seres humanos, esses pro-dutos representam a terceira maior causa de intoxicação no Brasil. Os trabalhadores rurais são as maiores vítimas. Segundo o Programa de Vigilância da Saúde das Populações Expostas a Agrotóxicos, da Universidade de Campinas (Unicamp), 1,5 mi-lhão de trabalhadores rurais estão intoxicados no campo. Conforme o estudo, faltam fiscalização e capacitação no emprego desses produtos no campo.
Para o consumidor, o perigo está no prato. Grãos, frutas, verduras e legumes chegam à mesa com resíduos acima do permitido ou com substâncias químicas proibidas pelo Ministério da Agricultura. Os hortifrutigranjeiros são os produtos que mais oferecem perigo. Um estudo da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) revelou que morango, alface, batata, maçã e banana têm resíduos de pesticidas acima do permitido.
No meio ambiente, os agrotóxicos contaminam o solo e a água, e atingem os animais. Os estados que mais consomem o produto são Paraná, São Paulo e Mato Grosso.
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Epidemias globais
Defesa Fitossanitária – É atribuição da defesa sanitária ou agropecuária, a vigilância, controle e inspeção de animais e vegetais, monitorar e controlar pragas, inventariar populações animais e vegetais, realizar campanhas educativas de conscientização, elaborar planos de contingência. No Brasil, o órgão responsável pela defesa agropecuária é o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), através da sua Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA) e seus respectivos departamentos.
Um sistema de defesa atuante e moderno pautado em medidas compatíveis com o risco e nível adequado de proteção se faz necessário frente à rápida e intensa movimentação de pessoas e do comércio. O volume e diversidade global do comércio vêm contribuindo também para a chamada bioglobalização de pragas, que é o deslocamento de organismos de uma região para outra, inadvertida ou intencionalmente, o que pode levar a prejuízos incalculáveis. O último caso denomina-se, também de agro ou bioterrorismo. O aumento de consumo por parte da sociedade moderna de produtos agrícolas também está contribuindo para as ocorrências da bioglobalização de pragas.
A criação massiva de rebanhos para a alimentação humana, aproximadamente 21 bilhões de cabeças atualmente, com aumento de 65% nas últimas quatro décadas e o desmatamento de florestas nativas favoreceu o surgimento de inúmeras doenças como a gripe asiática do frango, a Encefalopatia Espongiforme Bovina (BSE) ou mal-da-vaca-louca. Apenas na Inglaterra, mais de 200.000 cabeças de gado foram sacrificadas por apresentarem BSE. A doença mutante nos humanos, resultante da ingestão de carne infectada com BSE, já causou a morte de 122 pessoas até fevereiro de 2003, de acordo com informações disponíveis na mídia eletrônica.
Pragas introduzidas em novas áreas estão custando atualmente à sociedade moderna direta e indiretamente US$ 6 bilhões/ano em perdas na produção e produtividade, adoções de medidas de controle, desemprego, citando apenas alguns fatores. Em estimativas feitas pelo governo americano, 43 insetos invasores exóticos, no período de 1906 a 1991, causaram prejuízos de US$ 925 bilhões aos cofres públicos. Nos últimos anos, apenas cinco grupos de insetos, foram os responsáveis por US$ 3 bilhões/ano.
Para as associações de cotonicultura americanas, no sistema produtivo de algodão, no ano de 2002, os prejuízos somaram US$ 1,2 bilhão/ano provocados por alguns poucos insetos. As perdas totais nessa cultura causadas por esses insetos foram de 4,79%, o que provocou aumentos de US$ 60,67 por acre na adoção de medidas de controle e de US$ 88,80 por acre, considerando custos e perdas.
Levantamentos realizados por pesquisadores internacionais revelaram que, nos últimos 50 anos, mais de 11.000 espécies invasoras entraram no Brasil, entre as agrícolas e ambientais.
Os problemas acima apresentados nos levam a refletir sobre os grandes desafios a serem vencidos no setor agrícola no Brasil. A defesa agropecuária, a inovação, a ciência e a tecnologia devem colocar o país em situação favorável frente ao comércio internacional que, por sua vez, busca cada vez mais alimentos sem riscos para a saúde humana e ambiental.
Em termos mundiais, o Brasil ocupa atualmente a nona posição quanto à expectativa de crescimento econômico. Essa posição deve ser alterada à medida que avança, conquista e mantêm novos mercados, tornando o país altamente competitivo no cenário mundial. Nos últimos anos, de acordo com o MAPA, a balança comercial do agronegócio vem apresentando por ano um superávit médio de crescimento de 20%. Isso pode ser observado na balança comercial de exportação, dos últimos doze meses, período correspondido entre setembro de 2003 a agosto de 2004, no valor de US$ 37,408 bilhões, 27,2% acima do período correspondente a setembro de 2002 a agosto de 2003. Os responsáveis pela exportação foram o complexo-soja, carnes, papel e celulose, destacando ainda cereais, farinhas e preparações.
O MAPA, por meio das ações de inspeção, vigilância e defesa e a Embrapa em seus programas de manejo integrado de pragas e de melhoramento genético muito vêm contribuindo para diminuir os problemas sanitários no Brasil, sendo que muitas pragas foram barradas de entrar e as que foram introduzidas sofreram ações rápidas de controle. Apesar disso, várias outras pragas de grande expressão econômica conseguiram entrar e se estabelecer, mostrando que muito ainda precisa ser feito para melhorar as condições sanitárias no Brasil.
A introdução do bicudo do algodoeiro, na década de 1980, levou à queda de produção de algodão, principalmente na região nordeste do país, gerando uma catástrofe social. O desenvolvimento de cultivares pela Embrapa adaptadas a outras condições climáticas, associado ao manejo integrado de pragas, está fazendo com que o país, ainda que timidamente, volte a exportar esse produto. De acordo com o MAPA, no período de setembro de 2003 a agosto de 2004, a exportação de algodão e de outras fibras têxteis vegetais correspondeu a 33,2% e a importação, 31,6%.
A entrada e dispersão recente da sigatoka negra da bananeira, que entrou pela Venezuela ou pela Colômbia, a mosca-da-carambola vinda, provavelmente da Guiana Francesa, a mosca-negra-dos-citros proveniente do Caribe, a ferrugem asiática da soja, proveniente do Paraguai, além de outros exemplos já ocorridos no Brasil, como a mosca-branca, nematóide do cisto da soja, vírus da tristeza do citros, cancro-cítrico, ferrugem do cafeeiro, vespa-da-madeira, são apenas alguns dos organismos presentes, atualmente, nos sistemas agrícolas de forma localizada ou dispersos nos sistemas agrícolas. Outro exemplo a ser dado e que não deve ser esquecido de introdução e conseqüente estabelecimento da praga, é o da vassoura-de-bruxa. O Brasil passou do segundo produtor mundial de cacau, em 1985, com uma produção de 500.000 toneladas para um quarto da produção da Costa do Marfim, no ano de 2000. Da mesma forma, o psilídeo de concha que afeta o setor florestal e foi introduzido recentemente poderá ter seu efeito diminuído pela descoberta de um inimigo natural dessa praga, em solo brasileiro.
A criação massal desse agente de controle por parte da Embrapa, para liberação em áreas infestadas pelo psilídeo já se iniciou. Apesar de inúmeras pragas já terem sido introduzidas no Brasil, outras centenas, ainda podem entrar e estabelecer. Em levantamentos recentes realizados pelo Laboratório de Quarentena Vegetal (LQV), da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, observou-se que aproximadamente 1.000 insetos podem colocar em risco a agricultura brasileira. Essas e outras pragas ou espécies invasoras exóticas podem afetar o valor agronômico e florestal de produtos, elevar custos de controle, diminuir a qualidade e quantidade de alimentos disponíveis a sociedade, contaminar o meio-ambiente, entre outros fatores, tirando o país da competição do comércio internacional.
Nesse campo, a Embrapa, por meio das suas estações de quarentena vegetal e
animal, credenciadas pelo MAPA e das Redes de Pesquisa em Sanidade Animal e
Vegetal vem contribuindo para a interceptação de pragas, introdução de inimigos
naturais para o controle das pragas introduzidas e o desenvolvimento de
metodologias para a erradicação, contenção e supressão de pragas potenciais e de
perigo imediato. Nos últimos anos, o LQV interceptou e identificou mais de 100
pragas exóticas de expressão econômica e quarentenária, para o país. O valor
dessas interceptações para o setor agrícola é incalculável.
O desenvolvimento de pesquisas técnico-científicas para a implantação de medidas de segurança biológica para a defesa agropecuária brasileira deve ser prioridade do governo federal. Além disso, a implementação de diretrizes no sistema de produção agrícola brasileiro em conformidade com os padrões fitossanitários internacionais pode adicionar vantagens comparativas aos nossos produtos, ao mesmo tempo em que promove o mercado de exportação. Essas ações poderão ser vistas pelos nossos parceiros e competidores comerciais como contribuições que vão além da economia agrícola e também se estendem à proteção da biodiversidade e à sociedade de modo geral, tornando os nossos produtos melhor aceitos pelos mercados internacionais.
Maria Regina Vilarinho de Oliveira
Aviso fitossanaitario - Estação
Em 1878, o míldio da videira, doença originária dos Estados Unidos e causada pelo fungo Plasmopara viticola, instalou-se inadvertidamente nos pomares franceses. Naquela época, conheciam-se apenas produtos químicos de ação preventiva, ou seja, somente protegiam a cultura se fossem aplicados antes da penetração do fungo, caso contrário, de nada adiantava a sua aplicação. Os produtores de uva, por se tratar de uma doença nova, nada sabiam a respeito e, desesperados, passaram a pulverizar os parreirais, quase que semanalmente, com os produtos químicos conhecidos até então. Como conseqüência do uso indiscriminado, passaram a se tornar comuns as intoxicações dos produtores pela exposição aos agrotóxicos, assim como os gastos excessivos com a sua compra, o que encarecia a produção da uva, sem resultados satisfatórios.
Porém, já no final do século passado, dois fitopatologistas franceses, Louis Etienne Ravaz (1863-1937) e J. Capus, tiveram a idéia de pesquisar o ciclo biológico do fungo causador do míldio da videira, registrar a época do ano mais propícia e as condições climáticas mais favoráveis para o aparecimento da doença e, com base nestes dados, alertavam os produtores de uva para o momento mais adequado de pulverização dos pomares.
Visavam com isso racionalizar e reduzir as aplicações de agrotóxicos e, conseqüentemente, o número de intoxicações, reduzir o custo de produção, melhorar a qualidade do produto e proteger o meio ambiente. Seus trabalhos, inicialmente, ficaram restritos à região de Bordeaux e Montpellier e, com o passar do tempo, abrangeram não apenas o míldio, mas também a podridão da videira e organismos prejudiciais.
O sucesso foi tão grande e os resultados tão satisfatórios, graças à participação dos produtores rurais franceses que aprovaram a idéia e passaram a cooperar com os técnicos da defesa sanitária vegetal, que o governo francês resolveu ampliar o trabalho. Hoje, a França possui uma rede de 16 Estações de Avisos Fitossanitários, cada uma trabalhando sobre uma área média de 35 mil km², estudando e emitindo avisos sobre as principais culturas daquele país¹.
A Estação de Avisos Fitossanitários tem uma função semelhante à de uma Estação Meteorológica. Enquanto esta fez observações de fatores climáticos como temperatura e umidade relativa do ar, precipitação pluviométrica e velocidade do vento, emitindo avisos aos produtores rurais sobre a probabilidade de ocorrência de chuva, geada e granizo prejudiciais aos cultivos agrícolas, a Estação de Avisos Fitossanitários observa a ocorrência de pragas e doenças das principais culturas da região, cataloga, registra o período do ano em que ocorrem, estuda seu ciclo biológico, hospedeiros e inimigos naturais, realiza estudos comparativos entre a época de ocorrência dos inimigos das culturas com os dados climáticos para fazer uma previsão das condições ambientais favoráveis ao desenvolvimento dos mesmos, avisando ao produtor, através dos meios de comunicação, sobre os riscos de ataque.
Seu objetivo não é obter uma proteção total do pomar ou da lavoura, mas, ajudar o produtor a obter uma colheita de valor econômico com o mínimo de tratamentos fitossanitários, porém, aplicados na época certa, com o produto e a dosagem recomendados, evitando despesas inúteis com agrotóxicos, contaminação de alimentos, intoxicação de produtores e consumidores, assim como o rompimento do equilíbrio ambiental pelo abuso de produtos químicos.
A isto se soma o trabalho com os produtores rurais, extensionistas e pesquisadores para, através de uma discussão dos principais problemas fitossanitários da região, integrá-los em um objetivo comum que é tirar o máximo proveito da cultura com um mínimo de intervenção no meio ambiente.
Entretanto, tais objetivos jamais poderão ser alcançados se não houver o interesse e a participação ativa dos produtores rurais da região onde a Estação de Avisos Fitossanitários estiver instalada, pois eles serão os principais beneficiados.
O contato produtor-Estação é fundamental para a troca de informações e experiência já que os resultados não surgem da noite para o dia, mas são conseqüência de levantamentos, observações e estudos acumulados no decorrer dos anos.
Atendendo a uma reivindicação da Associação dos Produtores de Maçã de Fraiburgo, Santa Catarina, que desejava melhorar a qualidade do produto através de um sistema eficiente de controle de doenças e pragas, a Secretaria de Defesa Sanitária Vegetal do Ministério da Agricultura assinou, em 1981, um convênio com a Secretaria da Agricultura e do Abastecimento daquele Estado para, através da Delegacia Federal de Agricultura em Santa Catarina, implantar uma rede de Estações de Avisos Fitossanitários.
Em 1982, foram instaladas duas Estações, um em Fraiburgo e outra em São Joaquim (prevendo-se a instalação de uma outra em Lages), sob a orientação técnica do Serviço de Proteção dos Vegetais do Ministério da Agricultura. Os trabalhos iniciais têm se concentrado na observação e controle da sarna da macieira, podridão amarga, ácaro vermelho europeu e especialmente mosca-das-frutas, principais problemas fitossanitários da região.Estes trabalhos tem contado com a colaboração da Epagri e da Cidasc. No período de 1982-87, o número de pomares monitorados com frascos caça-moscas para o controle da mosca-das-frutas passou de 8 para 51, em Fraiburgo; e de 12 para 82, em São Joaquim, com excelentes resultados. Esta experiência pioneira fez com que trabalhos desta natureza fossem incluídos no Plano Nacional de Defesa Sanitária Vegetal-PNSDV, apresentado no IV Encontro Nacional de Fitossanitaristas em novembro de 1986, em Belém, PA³.
No Distrito Federal, o Serviço de Defesa Sanitária Vegetal da Delegacia Federal de Agricultura-SERDV/DFA/DF conta já com um laboratório instalado na Fazenda Sucupira do Ministério da Agricultura, Núcleo Bandeirante; e vem realizando, desde 1985, estudos preliminares sobre a ocorrência de moscas-das-frutas em pomares de citros e manga da região.
Fitopatologia e sua importancia
Fitopatologia é uma palavra de origem grega (Phyton = planta, Pathos = doença e Logos = estudo) e indica a ciência que estuda as doenças das plantas, abrangendo todos os seus aspectos, desde a diagnose, sintomatologia, etiologia, epidemiologia, até o seu controle.
O desenvolvimento da Fitopatologia como ciência data de período relativamente curto. Entretanto, o relato de doenças em plantas é bastante antigo e, desde que o homem passou a fixar-se e desenvolver a agricultura como forma de obter alimentos para sua sobrevivência, passou também a enfrentar problemas relacionados à perdas completas de plantações por questões de doenças e pragas. Na Bíblia são encontradas algumas das referências mais antigas com relação a doenças de plantas, como por exemplo, a ferrugem dos cereais e doenças em videiras e olivais. Estes fenômenos eram normalmente atribuídos a causas místicas e/ou castigos divinos.
A Fitopatologia desenvolveu-se ao longo dos anos, começando pelo chamado “período místico”, onde na falta de uma explicação lógica para as causas das doenças, estas eram atribuídas a causas místicas, passando pelos períodos da “predisposição”, “etiológico”, “ecológico”, chegando ao período atual que é denominado de “período fisiológico”, no qual as doenças das plantas passam a ser encaradas com base nas relações fisiológicas entre planta – patógeno, como um processo dinâmico e mutuamente influenciável.
Atualmente, o crescente e contínuo aumento na população mundial fazem crescer a preocupação com a quantidade e a qualidade dos alimentos produzidos. Uma projeção futurista faz-nos levar a imaginar que não teremos alimentos suficientes para alimentar a população terrestre nos próximos anos. Desta forma torna-se necessário buscarmos instrumentos que permitam um aumento na produção de alimentos.
Entretanto, o desenvolvimento da agricultura esta diretamente relacionadas com algumas questões básicas como a influência de solos, clima, pragas e doenças, além, é claro, do desenvolvimento de avanços tecnológicos.
Inserida neste contexto, a Fitopatologia apresenta-se como ferramenta crucial para subsidiar o desenvolvimento da produção agrícola, buscando solucionar os problemas relacionados com o aparecimento de doenças que reduzem a quantidade e a qualidade dos alimentos produzidos.
A Embrapa Rondônia vem desenvolvendo pesquisas no campo da Fitopatologia visando estabelecer um quadro da situação atual das doenças fúngicas encontradas no Estado, identificando os principais agentes fitopatogênicos presentes em culturas de grande importância econômica para o Estado, como por exemplo, na soja, bananeira e no café. Este trabalho vem permitindo a elaboração de um diagnóstico epidemiológico das principais doenças que atingem estas culturas.
Em adição, partindo-se da observação de que, dentre as diferentes espécies existentes há aquelas que, espontaneamente, são resistentes ou suscetíveis a determinados fungos, experimentos direcionados para a identificação dos aspectos bioquímicos e moleculares envolvidos no mecanismo de interação planta – patógeno, envolvendo as espécies de importância econômica para o Estado.
Os conhecimentos gerados nas diferentes linhas de pesquisa dentro da área de Fitopatologia poderão ser utilizados em programas de melhoramento genético, visando o desenvolvimento de cultivares resistentes/tolerantes à doenças, garantindo, assim, um incremento na produtividade destas culturas.
Cléberson de Freitas Fernandes Ph.D. Fitopatologia
Posted by Osmar Volpato at 4:49 PM 0 comments
Vigilancia fitossanitária
Entende-se por vigilância fitossanitária a adoção de um conjunto de ações capaz de eliminar, diminuir ou conter eventos que possam causar riscos ou comprometer à saúde dos vegetais, bem como intervir nos problemas fitossanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde vegetal.
Osmar Volpato
Posted by Osmar Volpato at 4:24 PM 0 comments
DEFESA FITOSSANITÁRIA E A NOVA LEGISLAÇÃO
No ano de 2000 a população mundial era de 6,20 (bilhões), sendo a área cultivada o equivalente a 1,54 (bilhões de há). Prevê para o ano de 2025 uma população de 8,30 (bilhões) e uma área cultivada de 1,65 (bilhões de há).
1900 foi a época da mecanização, um agricultor alimentava mais quatro pessoas. Em 1990 um agricultor alimentava mais setenta pessoas. Com isso vê a responsabilidade da criação de novas tecnologias. Mas os desafios da produção são muitos: o mercado, o clima, o solo, as pragas, a qualidade dos alimentos, a preservação do meio ambiente, o aumento da produtividade, entre outros. Destes o que mais preocupa são as pragas, pois constitui-se um dos maiores desafios.
Dentre os métodos de controle de pragas temos: controle biológico, manejo da resistência, manejo do solo e controle químico. Não se deve esquecer do MIP (Manejo Integrado de Pragas) que é de grande importância. Mas, antes de escolher um método de controle deve-se avaliar o risco/benefício, principalmente no que diz respeito ao controle químico, para se evitar abusos. O abuso no uso de agrotóxicos ocorre devido a má escolha dos produtos, dosagens excessivas ou uso de misturas. Isso pode trazer sérias conseqüências como: perda de dinheiro, ineficiência do tratamento, resistência a agrotóxicos, destruição dos inimigos naturais, fitotoxidade, riscos de intoxicação e problemas de resíduos. Tudo isso deve levar a uma reflexão: "Como estamos atuando? Qual a nossa responsabilidade?"
O Brasil, hoje tem um grande teor de agrotóxicos nos seus alimentos. Dentre os estados brasileiros, São Paulo é o 1º consumidor de agrotóxicos, a Bahia fica em 9º lugar. E estima-se que o trabalhador rural tem cinco vezes mais possibilidade de morrer em acidentes relacionados à agrotóxicos, por lidar mais diretamente com estes.
A Lei Federal nº 7802/89 e o Decreto Regulamentador nº98 816/90 regulam o uso de agrotóxicos no Brasil. Além da legislação federal existem as leis estaduais e portarias municipais.
Hoje , existe uma preocupação com o destino das embalagens vazias, pois elas representam riscos à saúde humana, animal e ambiental. Então, foi criada a Lei 9.974 de 06/06/2000. Esta Lei disciplina a destinação final de embalagens vazias de agrotóxicos determinando responsabilidades.
Compete aos usuários fazer a tríplice lavagem e devolver as embalagens com tampas no prazo de um ano após a compra. Passando este período se o produto não estiver sido utilizado, o prazo para devolução das embalagens é de seis meses após a validade do produto. Os usuários deveram receber um comprovante de devolução. Os comerciantes devem fazer o recebimento e armazenamento e devem fornecer a nota fiscal ao usuário. Quanto a empresa responsável pelo recolhimento, esta deve recolher as embalagens, fazer o transporte e destinação final.
O PROJETO CAMPO LIMPO foi criado para solucionar o problema das embalagens contaminadas com agrotóxicos. Para se criar as centrais de recolhimento foram necessárias se fazer o levantamento da quantidade de embalagem por região, fazer a escolha dos municípios para implantação das centrais e também fazer a distribuição de folhetos explicativos e realização de palestras. O PROJETO CAMPO LIMPO já está implantado na Bahia, em Barreiras e Itabuna, e está em fase de implantação em Teixeira de Freitas, Vitória da Conquista (inauguração prevista para 15/06/02 no Centro Industrial dos Imborés), Bom Jesus da Lapa, Juazeiro, Irecê e Recôncavo. Isso está sendo feito pensando em progresso com qualidade e desenvolvimento sustentável. Mas a região mais problemática é a de Barreiras, devido ao volume de embalagens, cerca de 1.351.832 embalagens.
Segundo o Sr. Abelardo, Presidente da Associação de Revendedoras de Agrotóxicos de Vitória da Conquista e região, são 11 revendedores de agrotóxicos na região de Conquista e conta com 22 profissionais no campo, 15 agrônomos e 7 técnicos, dando assistência aos produtores.
Dra. Adelma (ADAB)
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