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segunda-feira, 4 de julho de 2011

Ferrugem Asiática da Soja – manejo preventivo é a melhor solução

Para os produtores de soja de Santa Catarina, os próximos 90 dias que antecedem o plantio da cultura é um período estratégico e decisivo para o sucesso da produção. Técnicos e produtores sabem o quanto a soja é susceptível ao ataque de pragas e doenças que causam sérios prejuízos econômico a lavoura. No entanto, quando falamos em ferrugem asiática os cuidados tem que ser redobrados. Isto porque a doença, ocasionada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, é extremamente agressiva podendo provocar perdas de até 100% da produção se não for controlada a tempo.
Uma das estratégias de manejo da praga é quebrar o ciclo de desenvolvimento do fungo a nível de campo, eliminando toda e qualquer planta viva que germinaram voluntariamente, no entorno das áreas de cultivo. No entanto, apesar de ser um manejo importante, que objetiva reduzir a fonte de inóculo do fungo, e que deve ser perseguido por todos os produtores, há dificuldade de se manter o ambiente de produção livre da praga, em razão do patógeno poder também sobreviver em hospedeiros alternativos existentes e comuns nestas regiões. De acordo com os especialistas, já foram catalogadas 95 especies diferentes de plantas hospedeiras classificadas como secundárias, pertencentes a 43 gêneros infectadas pela praga.
Além de ser beneficiada por estas condições, a sobrevivência do fungo é extremamente favorecida pela facilidade de sua disseminação que é dada através da dispersão pelo vento, dos uredosporos que são suas estruturas de contaminação.
Todas estas condições quando atuam de forma associada acrescidas com períodos de chuvas bem distribuídas, acompanhadas de longos períodos de molhamento de folha e mais uma temperatura entre 18 a 28ºC, considerada ótima para o desenvolvimento da doença, a infecção e consequentemente a contaminação está “garantida”, sobrando ai, um rastro de prejuízos aos produtores.
A planta quando infectada apresenta um rápido amarelecimento ou bronzeamento das folhas, o que ocasiona uma desfolha prematura. A queda antecipada das folhas impedem a plena formação dos grãos tornando-os imaturos, verdes, chochos e consequentemente com menor rendimento e qualidade.
O Ministério da Agricultura, dentro da politica de fortalecimento do sistema de produção de soja, instituiu, através da publicação da Instrução normativa nº 02 de 2007, o programa nacional de controle da ferrugem asiática da soja. O regulamento tem o objetivo de congregar e definir as ações estratégicas de defesa sanitária vegetal, com suporte e o apoio da pesquisa agrícola e da assistência técnica, em prol da prevenção e controle da praga.
Além de definir as competências de todos os entes da cadeia produtiva, a referida norma estabelece a implantação dos Comitês Estaduais de Controle da Ferrugem Asiática da Soja, e esse, por sua vez com a responsabilidade de constituir os grupos regionais de controle da praga, ambos representados por produtores técnicos, pesquisadores e fitossanitaristas envolvidos com a cultura.
Em SC o comitê foi constituído através da Portaria nº 5/2008 de 15/04/2008, publicada pela Secretaria de Estado da Agricultura e Desenvolvimento Rural.
O comitê, que no primeiro momento, optou pela implantação do vazio sanitário como estratégia adicional de manejo e controle preventivo da praga, mas que, motivado por fortes argumentos técnicos dos especialistas, voltou atrás na decisão e sugeriu a revogação da norma. Seus membros entenderam que o compromisso e a responsabilidade do controle é de todos, não necessitando que o estado intervisse isoladamente no processo.
Mesmo o estado não tendo um programa oficial de controle da ferrugem asiática, técnicos e produtores catarinense de soja devem estar atentos para que mantenham as áreas de produção de soja, os arredores de seus armazéns e à beira das estradas dentro da área de seu domínio, livres de plantas voluntárias ou guáxas que possam ser fontes potenciais de contaminação da praga. As plantas quando encontradas devem ser eliminadas através da aplicação de produtos químicos ou métodos mecânicos.
Lembramos que, de acordo com a norma vigente, cabe aos órgãos de assistência técnica e extensão Rural organizar treinamentos para técnicos e produtores em manejo fitossanitário, com ênfase na prevenção e controle da ferrugem asiática da soja, bem como, participar dos programas de manejo integrado de pragas nas áreas de produção, a fim de recomendar as medidas fitossanitárias necessárias.
Eng.º Agrº Osmar Volpato

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