segunda-feira, 7 de janeiro de 2008
IMPORTÂNCIA DA BANANICULTURA PARA SANTA CATARINA
Em Santa Catarina o cultivo da banana ocupa uma superfície de 31.000 hectares, a qual é responsável pela produção anual de aproximadamente 620.000 toneladas, representando estatisticamente 9% da produção global, o que assegura ao nosso estado o posto de terceiro maior produtor nacional da fruta, atrás somente da Bahia e São Paulo. Da totalidade da produção, conforme informação da FEBANANA, em torno de 47 % da fruta é consumida no mercado interno, de forma in natura, 15% destinado a exportação, 17% destinadas a industrialização e o restante são computadas como perdas ocasionados pelas mais diferentes origens ao longo da cadeia produtiva.
Apesar de toda a faixa litorânea apresentarem condições edafo-climáticas relativamente favorável ao cultivo, a grande concentração está centrada nas microrregiões de Joinville, Blumenau e Itajaí que somadas são responsáveis por 76% da produção total do estado.
Na região sul do estado os principais municípios produtores, de acordo com o IBGE, são: Jacinto Machado, São João do Sul e Criciúma, que juntos cultivam uma área de 5.500 há. Embora seja grande a extensão da área cultivada, a produtividade média nesta região situa-se em torno de 8 t/há, considerada baixa se comparada com a região norte do estado que gira em torno de 28 t/ha.
Na região norte, apesar da matriz produtiva estar centrada nas cultivares do subgrupo cavendish, por natureza mais produtiva, na região sul prevalece as cultivares do subgrupo prata, menos produtiva. No entanto, os especialistas são unânimes em afirmar que com a implementação de novas tecnologias pode-se dobrar o panorama da produtividade atual nesta região.
A estrutura de produção em SC, assim como ocorrem em quase todo o país, é exercida predominantemente por pequenas e médias propriedades que apesar de apresentarem uma economias de escala relativamente limitada em virtude da intensidade no uso da mão-de-obra familiar, esta característica tem sido um dos grandes trunfos para a viabilidade da pequena propriedade rural. O modelo tem permitido a incorporação de sistema de manejos especializados baseado nos princípios das boas práticas agrícolas, conferindo ao seguimento da bananicultura uma melhor flexibilidade de custos frente às variações de preços de produtos e insumos empregados e principalmente a adaptação ao cumprimento às restrições e limitações fitossanitárias imposta pelo mercado nacional e internacional. Na prática o fato pode ser claramente identificado com a implantação do Sistema de Mitigação de Risco-SMR para a praga Sigatoka Negra. A partir do momento que modelo foi legalmente definido como sendo o passaporte para a manutenção do mercado da fruta, os produtores não excitaram em aderir ao conjunto de práticas agronômicas e regras quarentenárias preconizadas pelo sistema.
A aceleração no fluxo do comercio interno e externo da banana representa um risco constante para a introdução e/ou a disseminação de pragas quarentenárias que possam comprometer a produção de uma região ou até mesmo do pais. Por este motivo nossos produtores estão constantemente submetidos ao cumprimento de normas quarentenárias cada vez mais exigentes, como forma de proporcionar aos exportadores a garantia fitossanitária e aos consumidores a segurança e a qualidade da fruta dentro dos padrões e princípios da inocuidade alimentar.
Podemos relatar muitas conquistas no sistema produtivo que colocam nosso estado na vanguarda da qualidade da banana, porém numa avaliação mais profundas, feita por nossos técnicos, deixa claro que o caminho da excelência passa por melhorias continuas no processo prudutivo como por exemplo, a implementação de boas práticas fitossanitárias no controle de pragas de importância econômica, melhoria nos padrões de apresentação e qualidade da banana, ajustadas as exigências do mercado interno e externo, desenvolvimentos de pesquisas agronômicas voltadas ao desenvolvimento de novas cultivares, boas práticas de nutrição, manejo da produção e pós-colheita da fruta, implementação de um processo de educação continuada para o produtor rural com foco na especialização de mão-de-obra e mercado, adequação no modelo de assistência técnica principalmente para os pequenos produtores, estabelecer uma articulação produtiva entre os produtores e as instituições responsáveis pela transferência de tecnologia, as instituições de ensino e os órgãos de pesquisa e extensão rural e por último investir na melhoraria da cultura associativista entre os produtores como forma de organizar e estruturar o segmento em prol do beneficio coletivo.
Independentemente se proteção ou protecionismo, a verdade é que esse binômio rege as normas do comercio em geral, restando ao produtores redobrarem os cuidados com a produção pois um lote infectado pode por em risco e comprometer todo o esforço na conquista da ampliação do mercado. Aliado ao fato, tem se observado que os estados e os paises sanitariamente mais estruturados, são os que apresentam regras e controles mais rigorosos no ato da compra, o que torna cada vez mais seletivo e competitivo o acesso dos produtores na disputa pelo mercado.
Eng. Agr. Osmar Volpato
Fiscal da Produção Vegetal
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